Um dia perguntei em prece comovida
ao Senhor da Vida:
- Como hei de fazer para melhor seguir
o teu roteiro santo?
E na voz silenciosa das estrelas,
o Senhor da Vida assim me respondeu:
"Alma que Me procuras
esquece as amarguras
e trabalha sem cessar!
Que sejam as tuas mãos
consolo às desventuras
e como a brisa mansa
saiam a enxugar
o pranto dolorido
de todos teus irmãos!
Que sejam tuas mãos
flores que desabrochem
para perfumar
a quem por ti passar!
Que sejam as tuas mãos
como as ondas do mar
que na areia se espraiam
sem nada perguntar!
Que sejam as tuas mãos
a fonte generosa
que se doa pura
à mata ao seu redor.
Que sejam as tuas mãos
bordão para arrimar
os que na estrada caem
torturados de dor!
Que sejam as tuas mãos
a luz que resplandece
apontando o caminho
a quem quer acertar.
Que sejam as tuas mãos
resposta para a prece
de quem chora, sozinho,
sem pão, sem paz, sem lar!"
Então pude entender
na resposta de Deus
que tudo o que é criado
por suas mãos divinas
aquém e além dos céus,
nos revela o trabalho
como o melhor caminho
para a Ele chegar.
E olhando as minhas mãos,
tão pobres, tão vazias,
procurei um serviço
por onde começar.
Lembrei-me de JESUS
e sem medir os dias,
saí a semear.
Autora Espiritual: Icléia
Livro: Evangelho em Prosa e Verso
Edição: Lar de Tereza
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